Aumentos nos custos e nas despesas operacionais e financeiras reduziram o lucro líquido da Votorantim Cimentos em 18% em 2014, para R$ 1,08 bilhão. Nas demonstrações financeiras publicadas hoje, a administração da empresa, que é de capital fechado, informa que “em alguns dos mercados de atuação, especialmente no Brasil, a empresa enfrentou um cenário desafiador, refletido pelas sucessivas quedas das projeções de crescimento ao longo do ano para os mercados imobiliário de São Paulo e de construção civil”.
A receita líquida consolidada aumentou 6,1% em relação ao ano anterior, para R$ 12,9 bilhões, ajudada por reajustes de preços “em quase todas as operações, com exceção da Espanha e da América do Norte”.
Entretanto, o custo cresceu mais, por conta de aumento dos gastos com frete, energia elétrica e benefícios a empregados, “devido à adequação de estrutura de pessoal dentro do aprimoramento do modelo de governança”.
As despesas operacionais cresceram 26% e as financeiras (líquidas), 83%. O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda, em inglês), uma medida não contábil, totalizou R$ 3,5 bilhões, estável diante de 2013, com margem de 27,1%, comparada a 28,9% no ano anterior.
O aumento do Ebitda nas operações da Europa, África e Ásia compensou parcialmente a queda no Brasil, resultado de menores volumes de vendas, e na América do Norte, por conta do inverno rigoroso que aumentou os custos de produção na região, segundo a empresa.
Cade
Em maio, O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) condenou a Votorantim a multa de R$ 1,6 bilhão e alienação de 20% dos ativos da companhia de prestação de serviços de concretagem no Brasil, entre outras punições, em julgamento sobre formação de cartel que envolveu empresas e associações do setor.
A companhia informou numa nota explicativa do balanço que apresentou recursos administrativos e que, até o julgamento desses recursos, a decisão do Cade não surtirá efeitos legais.
A empresa “não concorda com nenhuma das acusações que lhe foram feitas e pretende recorrer da decisão também na esfera judicial no momento oportuno”. No entanto, classificou a probabilidade de perda nesse processo no judiciário como “possível”. Em 31 de dezembro, o valor atualizado em disputa era de R$ 665,7 milhões.
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