Monday, May 18, 2015

BRAZIL: Vendas da Votorantim Cimentos recuam 4,5% no 1º trimestre

Cimenteira é afetada pela paralisação de obras de infraestrutura e pela desaceleração do mercado imobiliário

A Votorantim Cimentos registrou queda de 4,5% nas vendas no primeiro trimestre, reflexo da desaceleração da economia, que afetou o mercado imobiliário e estancou as obras de infraestrutura. As perspectivas para o ano de 2015 não são nada animadoras para o setor. Walter Dissinger, presidente da maior cimenteira do País, prevê recuo nas vendas totais em linha com o comportamento dos primeiros três meses no fechamento do ano.

Com um mercado estimado em cerca de 70 milhões de toneladas anuais, 75% do consumo de cimento do País vai para o setor de edificações e outros 25% para infraestrutura. A Votorantim responde por um terço da produção nacional.

Apesar de o movimento de desaceleração do mercado, o executivo não prevê mudanças nos planos de expansão do grupo dentro e fora do País. A expectativa é manter os aportes em 2015 em R$ 1,4 bilhão. Entre este ano e 2018, a companhia vai investir R$ 5 bilhões, que serão direcionados a cinco fábricas no Brasil, uma na Turquia e uma na Bolívia. Depois de expandir nas regiões Sul e Sudeste nos últimos anos, Norte e Nordeste serão o novo vetor de investimentos do grupo.

Nem mesmo a decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que condenou o grupo, junto com outras cimenteiras, de formação de cartel, deve afetar os planos da companhia. Dissinger afirmou que o grupo, multado em R$ 1,6 bilhão, “discorda da decisão do órgão antitruste”.

A paralisação dos projetos de infraestrutura, sobretudo neste ano, após os escândalos na Lava Jato, operação que investiga esquema de corrupção na Petrobrás, prejudica ainda mais o setor de cimentos. “Grandes obras estão com o cronograma de licitações atrasado, como o da usina hidrelétrica de Tapajós, a expansão do Rodoanel e a rodovia BR-153. Se os projetos de infraestrutura fossem retomados, as indústrias não sentiriam tanto”, afirmou o executivo.

Para atravessar esse momento de crise, a cimenteira está focada em um programa de redução de custos, com aumento de produtividade. No Brasil, são cerca de 60 unidades de cimento e 100 centrais de concreto. A companhia tem operado com 82% da capacidade nas unidades no País. A meta é encerrar 2015 com uma redução de 5% dos custos fixos. A empresa não prevê queda do faturamento, uma vez que está reajustando os preços de seus produtos.

A companhia também adotou novo modelo comercial de negócios, realinhando a empresa em quatro segmentos -autoconstrução/varejo, imobiliária, industrial e infraestrutura, para dar maior agilidade à operação. Com 16 mil trabalhadores no mundo, o grupo emprega no Brasil 9 mil funcionários. No ano passado, cerca de 600 postos foram cortados por causa das dificuldades atuais.

Captação. Em maio, a companhia concluiu captação de € 500 milhões no mercado europeu, a primeira operação de emissão de dívida de empresa brasileira depois dos problemas envolvendo a Petrobrás, que atrasou a divulgação de seu balanço.

Desaceleração

R$ 43,39 foi a cotação da ação da Fibria no fechamento da BM&FBovespa ontem; ao longo de 12 meses, a valorização do papel da companhia chega perto de 100% 1,7 milhão será a capacidade de produção, em toneladas, da nova linha de produção em Três Lagoas (MS) R$ 163 mi foi o lucro da Fibria em 2014 

“Se os projetos de infraestrutura fossem retomados, as indústrias não sentiriam tanto o impacto (da crise econômica).” 

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