BUENOS AIRES (Reuters) - A CSN planeja investir 2 bilhões de dólares nos próximos três anos para expandir seu negócio de cimento na América Latina, disse à Reuters o presidente-executivo da empresa, Benjamin Steinbruch.
A CSN entrou no negócio de cimento no ano passado, com a abertura de uma fábrica em seu complexo siderúrgico em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Em 2011, a companhia iniciará uma nova rodada de investimentos.
Do total de aportes na área de cimento, a CSN já tem aprovado orçamento de cerca de 1 bilhão de dólares para expansões e novos projetos no Brasil. A empresa espera aprovar o valor restante, para negócios fora de seu país, na próxima reunião do Conselho em outubro ou novembro, disse Steinbruch.
"Uma fábrica de cimento custa de 200 a 250 dólares por tonelada. Então vamos investir 2 bilhões de dólares para alcançar 10 milhões de toneladas (de capacidade)", disse ele em Buenos Aires.
"O Brasil será o primeiro, cerca de metade desse valor será (investido) no Brasil e a outra metade vai para Colômbia; e Argentina, Uruguai ou Paraguai, um dos três, e então vamos avaliar Chile e Peru também", afirmou Steinbruch.
Em dezembro, a CSN fracassou em sua tentativa de comprar a cimenteira portuguesa Cimpor, por meio de uma oferta hostil de aquisição, com a qual buscava uma posição relevante no mercado mundial de cimento.
Nos primeiros seis meses do ano, a CSN vendeu 99 por cento das 377 mil toneladas que produziu de cimento e tem planos de três novas fábricas no Brasil para elevar sua capacidade no país para 5,4 milhões de toneladas em 2014.
O executivo disse também que a companhia está buscando possíveis aquisições no setor de siderurgia na América Latina, mas somente tomará decisão de investimento se encontrar uma "boa oportunidade".
Em mineração, Steinbruch comentou que a CSN espera para o início de 2011 a listagem em bolsa de seu negócio de minério de ferro. Segundo ele, negociações com sócios asiáticos da unidade de minério Namisa "estão indo bem". A intenção é fundir esse ativo com a mina Casa de Pedra para elevar o valor dos ativos de mineração do grupo antes da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês).
"O desafio é decidir quais o termos que vão reger a parceria", disse Steinbruch sobre os sócios da Namisa.
Com a listagem da operação de minério de ferro, Steinbruch espera que a CSN eleve o valor do negócio e levante recursos para aquisições.
Ao deter a maior parte dos ativos que poderão formar a nova unidade de mineração listada, a CSN deve diluir a posição dos sócios asiáticos na Namisa. Alguns deles são as siderúrgicas coreana Posco e a japonesa Nippon Steel.
O consórcio asiático, chamado de Big Jump, pagou cerca de 3 bilhões de dólares pela participação de 40 por cento na Namisa no final de 2008.
"O problema é que eles têm 40 por cento de participação na Namisa e, claro, isso vai encolher quando acontecer a fusão com Casa de Pedra... Isso vai mudar os termos da governança da parceria e isso tem que ser discutido", disse Steinbruch.
Analistas estimam que a CSN possa levantar até 3,5 bilhões de dólares com a venda de uma participação da unidade minério de ferro no IPO, o que deve incluir a mina Casa de Pedra, a Namisa e algumas ligações logísticas entre áreas produtoras e porto.
A unidade de minério de ferro da CSN é a operação de crescimento mais rápido do grupo e está incentivando a expansão do conglomerado, segundo analistas.
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